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Laudo técnico usado em liminar contra mineradora em MG aponta risco de rompimento de barragens

terça-feira, 20 de março de 2018



O laudo técnico usado para embasar a liminar da Justiça que proibiu a Minérios Nacional de depositar rejeitos em duas barragens do complexo Fernandinho, em Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aponta que há risco de rompimento das estruturas.

"A situação identificada reflete risco iminente e elevado de gravíssimos danos sociais e ambientais, dentre os quais destacam-se o risco de perdas de vidas humanas, soterramento de dezenas de quilômetros de vegetação, edificações, estradas, cursos d'água, nascentes, mananciais de abastecimento e de danos à fauna", afirmaram os promotores Cláudia de Oliveira Ignez e Francisco Chaves Generoso, autores do pedido.

As duas barragens têm, ao todo, nove milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. Os depósitos, construídos em região montanhosa, no meio de um vale, já tinham sido interditados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no ano passado.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou o laudo à justiça e conseguiu a liminar, que além de proibir o lançamento de rejeitos, obriga a empresa a adotar várias medidas de segurança. A principal delas é a drenagem de toda a água de chuva e de nascentes que está se acumulando no local. Dependendo da quantidade dessa água e de onde ela se acumula, pode provocar o processo chamado de liquefação, o mesmo fenômeno que ocorreu na tragédia de Mariana, em novembro de 2015.

O dam break, que é o estudo que simula o rompimento das estruturas, mostra que a barragem maior, a B2 auxiliar, se romperia e, na sequência, iria provocar uma onda de rejeitos atingindo a barragem B2, que fica logo abaixo. Em seguida atingiria outras duas barragens menores, que acumulam água.

Pelo estudo, a inundação percorreria 6,3 quilômetros no vale, chegando perto do Rio das Velhas, um dos mais importantes para o abastecimento de água de Belo Horizonte. A mineradora afirmou que a lama não atingiria nenhuma comunidade nesse trajeto, apenas um sítio onde moram cinco pessoas, que já foram avisadas.

O gerente geral de sustentabilidade da Minérios Nacional, Eduardo Sanches, prometeu instalar uma sirene na casa dessas pessoas.

A mineradora também vai ter que fazer obra de reforço em paredões para devolver a estabilidade às barragens. A empresa já adiantou que depois dessa fase, que pode durar dois anos, vai retirar todo o minério das barragens e desativar os reservatórios.


Fonte: G1


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