Na tarde desta quinta (7) a fabricante chinesa ZTE assinou um acordo com os Estados Unidos em que soma um total de mais de US$ 2 bilhões em multas para voltar a fazer comércio com o país. Nesta sexta (8), o presidente do conselho da empresa pediu desculpas oficias e considerou o preço “desastroso”.
Em memorando, Yin Yimin escreveu uma carta a funcionários, clientes, acionistas e parceiros de negócios na qual pede desculpas e promete que vai punir os responsáveis pelo que considera uma catástrofe empresarial.
A Reuters teve acesso ao memorando por meio de um funcionário da empresa que não quis se identificar. O documento informa que: “Esse assunto reflete problemas que existem com a cultura de compliance da nossa empresa e em patamar de gestão. A ativação da ordem de negação causou grandes perdas para a empresa. A empresa pagou um preço desastroso”, escreveu o presidente.
Além do montante, a fabricante ainda será monitorada por uma equipe do Bureau of Industry and Security (BIS), órgão que regula a segurança nos EUA. Assim, a ZTE vai ter em seu quadro representantes da BIS, os quais vão garantir a conformidade com as leis de comércio internacional por pelo menos 10 anos.
"Pagar a multa não é problema, a dificuldade real está à frente, em alcançar negócios futuros, especialmente em outros países. A confiança do mercado está perdida", disse outro funcionário da ZTE à Reuters.
O BIS ainda obrigou a empresa a trocar toda a chefia e os funcionários seniores como garantia de isenção no processo, o que causa uma sensação interna de instabilidade na ZTE. “Da ZTE, também é exigido, pelo novo contrato, substituir todo o conselho de diretores e a liderança sênior de ambas as entidades”, escreveu o BIS em comunicado oficial. Esta é a maior sentença já registrada pelo órgão.
Banimento
A ZTE havia sido proibida de fazer relações comerciais com os Estados Unidos pelos próximos sete anos, após ter ferido acordo internacional. A empresa forneceu equipamentos eletrônicos comprados nos EUA para empresas no Irã e Coreia do Norte, ambos países proibidos no comércio americano. A ZTE já havia sido punida uma vez e desembolsou US$ 892 milhões em março do ano passado, mas não cumpriu a promessa de demitir os funcionários que tinham feito as negociações. Entretanto, os bonificou.
Após mediação do presidente Donald Trump, a fabricante ganhou uma nova chance de realizar comércio com o país. Contudo, teve de concordar com uma multa de US$ 1 bilhão, além de um depósito de US$ 400 milhões como garantia para não repetir a ação. A soma de todas as sanções foi de US$ 2,29 bilhões.
Após a proibição de comércio, a fabricante anunciou a sua saída dos EUA. Até o momento, não há informações de quando a ZTE pretende retomar as atividades no país.
Fonte: Reuters
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